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Piauí tem em média 40 pacientes na fila por leitos Covid e espera pode chegar a 48 horas

em 09 de março de 2021

Mesmo com a abertura de vagas, a quantidade de leitos disponíveis para o tratamento de pacientes com a Covid-19 não acompanha o número de novos infectados por dia. Entre os fatores estão as aglomerações em festas clandestinas e balneários no interior do Piauí. Luciene Formiga, gerente do Complexo Regulador do Estado, alerta que, em média, 40 pacientes estão na fila aguardando por vaga em enfermaria ou UTI, espera que pode chegar até a 48 horas e ser decisiva em casos de pacientes graves.

“Já tivemos pico de 60 pacientes à espera de leito em maio e julho do ano passado. Novamente, esse número voltou a crescer e já estamos na  média de 40, situação que vem desde a segunda quinzena de fevereiro. O tempo de espera tem sido de 24 a 48 horas. Para um paciente grave isso é muita coisa”, avalia  Luciene Formiga.

O Complexo Regulador do Estado é responsável por verificar a quantidade de leitos disponíveis na rede pública municipal e estadual, além da privada. Baseado em critérios clínicos, três médicos plantonistas escolhem qual paciente ficará com a primeira vaga que abrir.

“Temos três médicos que, presencialmente, fazem isso 24 horas e fazem essa escolha baseado em critérios clínicos de cada paciente, o suporte respiratório que o paciente está recebendo, o recurso assistencial que ele precisa. É um ato médico! os médicos que decidem quem vai pra vaga que abrir, de acordo com a prioridade da fila. Por exemplo, se um paciente dá entrada numa UPA, ele vai ser atendido e se é um paciente que precisa de UTI vai esperar surgir uma vaga, seja na rede estadual ou municipal ou privada também”, explica Formiga.

Ela explica que a demanda de pacientes da região Norte do Piauí tem sido, consideravelmente, maior.

“De Parnaíba a Teresina tem uma demanda maior. Acredito que isso ocorre devido a exposição das pessoas. As pessoas estão se expondo mais, indo a barragens fazer aglomerações, indo a cachoeiras. As pessoas têm que entenderem que o recurso assistencial é finito. Não temos condições de ampliar leitos a vida toda, não temos profissionais suficientes pra abrir 10 milhões de leitos. As pessoas têm que entender que existe uma capacidade de ampliação desses leitos e que uma hora esgota. Não dá pra clonar os profissionais que trabalham. Se as pessoas não se conscientizarem de que têm que fazer alguma coisa, vamos chegar ao ponto em que não vamos mais dar conta. Só olhar a situação que estamos, a situação da rede hospitalar e a situação da população”, alerta Luciene Formiga.

Desde fevereiro vigora no Piauí decreto que impõe uma série de medidas restritivas para tentar barrar o avanço da doença, o que inclui toque de recolher e lockdown parcial aos fins de semana. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, 19 pessoas têm morrido por dia no estado por complicações da doença.


Via Cidade Verde

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