Menores suspeitos de degolar jovem e estuprar grávida em Uruçuí são mantidos isolados em centro
Trio é suspeito de degolar Flaviano Marinho da Silva na frente de sua namorada. Crime aconteceu no dia 2 de maio.
Sarah Maia em 08 de maio de 2017
Os três adolescentes suspeitos de degolar o jovem Flaviano Marinho da Silva e estuprar a namorada do rapaz, grávida de seis meses , em Uruçuí, no Sul do Piauí, estão apreendidos no Centro Educacional de Integração Provisória (Ceip) em Teresina. Eles foram transferidos na sexta-feira (5) e são mantidos em área isolada e em celas diferentes, onde têm apenas contato com os supervisores. O crime aconteceu no dia 2 de maio.
De acordo com o diretor de medidas socioeducativas da Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Sasc), Luciano Teles, os menores passaram pela triagem no Complexo da Cidadania na sexta-feira e no sábado foram transferidos para o Centro Educacional de Integração Provisória (Ceip), onde ficarão até sair a sentença da Justiça.
Segundo Luciano, estas foram algumas das medidas adotadas pela Secretaria para evitar que ocorra a mesma situação do caso do estupro coletivo de Castelo do Piauí, quando o delator foi morto pelos outros adolescentes apontados pela polícia e Ministério Público de participação no crime praticado contra quatro garotas. O caso está prestes a completar dois anos neste mês.
“Ainda para manter a integridade dos menores, apenas os funcionários do Ceip sabiam da transferência, até porque se tinha uma agitação grande dos internos em não querer receber os adolescentes, já que eles são suspeitos de estupro”, falou.
O prazo para que a Justiça dê a sentença aos três adolescentes é de 45 dias. A previsão é de que eles sejam encaminhados para o Centro Educacional Masculino (CEM).
A juíza Maria Luíza, da 1ª Vara da Infância e Juventude, informou que os menores saíram do CDC porque estavam correndo risco. Ela aguarda receber o processo do juiz da comarca de Uruçuí e entrar em acordo pra saber se eles serão ouvidos e julgados em Teresina ou Uruçuí. “A primeira providência foi encaminhar os menores para o Ceip. Aguardamos contato com o juiz de Uruçuí para definir os próximos passos. Temos 45 para sentenciá-los”, comentou.
Protesto
Cerca de 600 pessoas, segundo dados da Polícia Militar, realizaram no domingo (7) uma caminhada pelas ruas de Uruçuí, pedindo paz e justiça após a morte do jovem. Os populares saíram da Câmara Municipal de Uruçuí e após percorrer algumas ruas, eles finalizaram o ato com a celebração de uma missa na igreja São Sebastião, localizada no Centro da cidade.
O pai do jovem Flaviano Marinho da Silva afirmou não acreditar que o assassinato de seu filho receberá a justiça adequada, já que os suspeitos são adolescentes e serão liberados em no máximo três anos (prazo máximo de internação para adolescentes em conflito com a lei).
“Para a família, é pesado. Saber que seu filho perdeu a vida e no máximo em três anos eles estão soltos de novo. A gente espera a justiça de Deus”, disse Agnaldo Marinho.
O crime
Segundo a Polícia Civil, no dia 2 de maio, três adolescentes renderam um casal de namorados em cima da ponte que une o estados do Maranhão e Piauí, na cidade de Uruçuí. Eles foram levados para um matagal, onde o rapaz testemunhou o estupro de sua namorada, grávida de seis meses, e depois foi degolado e jogado no rio Parnaíba. Os três jovens foram apreendidos pela polícia e confessaram os crimes.
Em depoimento para a Polícia Civil, a adolescente revelou que, após presenciar a morte do namorado e ter visto o corpo dele sendo jogado no rio Parnaíba, os menores ainda cogitaram matá-la. Segundo o delegado Bruno Ursulino, responsável pelo caso, os suspeitos teriam desistido de assassiná-la por ela ser ‘bonita’.
“Em meio à toda confusão, quando já haviam matado o namorado dela, um dos menores ainda deu a ideia de que deveriam matá-la também, mas outro menor se manifestou e disse ‘não, não vamos matar ela não’. Depois disso, o mesmo que tinha pensado em cometer mais esse crime concordou e falou ‘não vamos te matar porque você é bonita’ e a libertaram”, contou o delegado Bruno Ursulino.
G1 PI