Contaminação por novas cepas do coronavírus cresce entre jovens no Piauí
Carmo Neto em 29 de abril de 2021
A confirmação da circulação de três novas variantes (P1, a P2 e a N9) do coronavírus no Piauí tem sido motivo de preocupação pelo alto poder de transmissibilidade. Amélia Costa, coordenadora de Epidemiologia na Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), diz que as novas cepas têm deslocado a faixa etária contaminada atingindo jovens.
“Essas variantes contribuiram para o deslocamento da faixa etária de casos. Hoje, estamos vendo pessoas de 23 a 50 anos contaminadas com essa variante e é justamente a população que sai em busca de trabalho e também jovens que ignoram a gravidade que é o fato, contribuem com as aglomerações e banalizaram o uso dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) como a máscara. Essa é a nossa preocupação”, alerta a epidemiologista.
Ela destaca que dos 13 casos confirmados das novas cepas, oito são em Teresina. Das vacinas contra a Covid-19 no país, Amélia Costa cita que apenas a Coronavac “se diz que tem 50% de contrbuição na redução do P1”.
“Mas as novas variantes, não podemos afirmar […] temos 13 casos, sendo oito em Teresina que é onde circulam todas as três variantes: a P1, a P2 e a N9. Consequentemente, com essas variantes em Teresina, todos os municípios estão em risco devido ao fluxo migratório. Tanto você traz como pode levar uma variante”, alerta Costa.
A coordenadora de Epidemiologia avalia que a vacina contra a Covid-19 tem demonstrado redução no número de óbitos de pessoas mais idosas. Por outro lado, ela demonstra preocupação ao se referir à circulação das novas variantes e a contaminação de jovens.
“Até porque, quando a gente vai avaliar os óbitos, a gente vê que a população de 80 a 90 anos reduziu o número de óbitos por causa da vacinação. Mas, hoje, os óbitos estão acontecendo em pessoas de 30 anos de idade. A preocupação é maior ainda porque ainda não temos no país vacina para essa população”, disse a coordenadora da coordenadora de Epidemiologia da Sesapi.
Os sintomas dos infectados com as novas cepas são semelhantes aos apresentados por pacientes infectados pelo vírus antes da mutação. Contudo, a especialista reitera que “a demora em busca do atendimento de saúde pode agravar a situação”.
Fonte: Cidade Verde