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Estudo Ufpi/ Fiocruz aponta colapso em região e prevê 31 mortes diárias no Piauí

em 03 de março de 2021

As projeções para os próximos meses, realizadas pelo Núcleo de Estudo em Saúde Pública da Ufpi (Universidade Federal do Piauí), em parceria com a Fiocruz, indicam que o Piauí atingirá um pico de 31 mortes diárias por Covid-19 em 14 de maio nas condições atuais. 

Veja todos os dados do relatório da UFPI/FIOCRUZ

O estudo foi apresentado por professores e pesquisadores da Ufpi para a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi).  Hoje o relatório, que contou com ajuda do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), da Universidade de Washington, será apresentado também ao governador Wellington Dias (PT) que deverá anunciar novas medidas restritivas.

O relatório apontou ainda que o Piauí já enfrenta colapso na saúde na região Norte com tendência de se agravar ainda mais a região “Entre Rios”, que fica a capital, Teresina. De acordo com os pesquisadores, o Piauí vive o momento mais letal da pandemia.

Segundo o estudo, no cenário atual, com o ritmo de cobertura vacinal lento e sem medidas restritivas mais duras, o estado chegará a marca de 4.763 mortes por Covid-19 em 1º de junho.

Pelas projeções, no pior cenário, sem o uso adequado de máscaras por pelo menos 95% da população e sem medidas restritivas, haverá registro de 5.014 mortes com 31 óbitos por dia. Com a população usando máscaras, o índice de mortes cai para 7 mortes por dia.

O grupo de trabalho da Ufpi acompanha a evolução da pandemia desde abril do ano passado.

O professor/pesquisador Emídio Matos, que integra os estudos, destaca que os cenários não são nada animadores e que há registro de colapso em algumas regiões, já que não há mais vagas de leitos de UTIs.

“Já existe território no Piauí em colapso. E não adianta abrir vagas de UTI se não tem equipe, não tem insumos. Levantamento junto as Secretarias de Saúde só três estados têm capacidade de aumentar em 30% os leitos”, afirmou o professor.

Emídio Matos disse que a população caminha para uma “chuva ácida” e que os governantes não estruturaram a atenção básica para combater as doenças como a Covid-19.

Os pesquisadores recomendaram medidas mais duras como lockdown nacional, aumento de testagem, abertura de mais leitos de UTIs e campanha de uso de máscaras, evitar aglomerações e medidas de higienes.

Em todas as projeções, os números indicam tendência de crescimento tanto para novos casos e óbitos.

“É possível observar o momento que compreende a primeira onda dos casos, de junho a agosto de 2020. No fim da série histórica, identifica-se um aumento de novos casos da doença, apresentando uma tendência positiva, com um incremento de 19% quando comparado a 14 dias atrás”, diz o estudo.

Segundo o relatório, os casos diários estavam reduzindo até a primeira quinzena do mês de agosto. “Após os eventos das eleições (1º e 2º turno) e as festas de fim de ano, verificou-se uma tendência de aumento. Após o dia 13 de fevereiro, os casos começaram a aumentar, após reduções em dias anteriores”, diz o estudo.

O estudo lembrou que até 27 de fevereiro, o Piauí registrou mais de 173 mil casos de Covid-19.

“Ao se observar as regionais de saúde, verificou-se que as mais acometidas foram a Entre Rios (N=79.817), Cocais (N=19.816), Vale do Rio Guaribas (N=16.962) e Planície Litorânea (12.727) que concentram 74,6% de casos no estado”.

O relatório destacou que na primeira onda da doença, o estado registrou mortes acima de 25 óbitos por dia. “Ao fim da série histórica, identifica-se um aumento nas mortes pela doença, verificando uma tendência de alta, com incremento de 60% quando se compara 14 dias atrás”.

O estudo pontuou regiões com a incidência de óbitos entre os dias 12 e 27/02/2021 e verificou que as cidades de Antônio Almeida (3 óbitos), Marcolândia (5 óbitos) e Jatobá do Piauí (2 óbitos) foram as que tiveram as maiores incidências relativas de mortes no período analisado.


Via Cidade Verde

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