Turismo da vacina: Brasileiros viajam para os Estados Unidos, onde há doses sobrando e pouca burocracia
Carmo Neto em 12 de maio de 2021
Com a falta de imunizantes contra COVID-19 no Brasil e uma campanha de vacinação lenta em comparação a outros países, os brasileiros estão aderindo ao “turismo da vacina” e viajando aos Estados Unidos para garantir doses contra o vírus. Desde janeiro, relatos de não-residentes que viajaram de outras localidades em busca do imunizante são mais frequentes.
A maior procura pelos imunizantes vem de brasileiros e mexicanos. Impedidos de entrar no país, os brasileiros precisam fazer uma quarentena de 14 dias e realizar testes antes da viagem aos EUA. Já os mexicanos vêm atravessando as fronteiras, especialmente com o Texas, atrás das doses de imunização.
Segundo Alexandre, as cidades mais procuradas por brasileiros são Orlando e Miami. “Tradicionalmente, essas são as cidades com maior presença de brasileiros e de latinos em geral nos EUA”, conta. “Historicamente essas cidades têm uma tolerância maior e leis mais brandas para a população imigrante, o que favorece este tipo de prática na região”, informa.
Estima-se que pelo menos 20% de mais de 1 milhão e 200 mil brasileiros nos EUA estejam localizados na Flórida.
Para combater o problema causado pelo turismo das vacinas, Florida, Califórnia, Nova York e Texas passaram a exigir comprovantes de residência local para quem busca a vacinação, e a tendência é que outros estados adotem medidas semelhantes.
Cuba e o turismo de vacinas
O governo de Cuba planeja oferecer vacinas a turistas que visitarem o país. O plano foi anunciado por Vicente Verez, diretor-geral do Instituto Filay de Vacinas, instituição responsável pelo desenvolvimento dos principais imunizantes do país, durante uma conferência virtual no fim de janeiro.
“Para os Estados Unidos, o exemplo de Cuba certamente não se aplica. Existe uma mobilização nacional para ter todos os americanos e residentes permanentes legais com mais de 18 anos vacinados até o fim de maio, e o turismo das vacinas certamente pode contribuir com um atraso significativo no plano de vacinação, o que não interessa a ninguém no país”, explica.
Fonte: O Estado de Minas