Uso medicinal da maconha será debatido pela UFPI, UESPI e Governo em simpósio
O evento contará com o debate sobre a legislação do uso medicinal do princípio ativo, uma vez que as substâncias são extraídas da cannabis, substância proibida no Brasil.
Sarah Maia em 08 de fevereiro de 2017
O uso medicinal de canabinoides será discutido em simpósio promovido pela Universidade Estadual do Piauí, Universidade Federal do Piauí e Secretaria de Saúde do Estado(Sesapi), nos dias 9 e 10 de março deste ano. O evento, pioneiro no estado, será realizado no Diferencial Buffet e tem como proposta principais propostas: estimular o desenvolvimento de pesquisas científicas multiprofissionais, debater aspectos legais do uso do princípio ativo da substância, bem como reunir pesquisadores, médicos especialistas e usuários para esclarecer alguns mitos em torno do uso da planta Cannabis sativa, vulgarmente conhecida como maconha.
O Pró-reitor de Pesquisa e Pós- Graduação da UESPI, Geraldo Luz, destaca que o tema está sendo trabalhado há algum tempo, em alguns países, como a Alemanha. “Na Alemanha, eles conseguiram aprovar um projeto de lei e sancionar para o uso medicinal dos canabinoides, principalmente, para as doenças de difícil tratamento”, disse. A Cannabis sativa possui um grande potencial terapêutico para muitas doenças. Através de estudos científicos, foi constatado excelentes resultados com a medicamentos fitoterápicos .”O uso desse medicamento à base de canabidiol tem auxiliado no tratamento de doenças, como Esclerose múltipla e Epilepsia refratária”, afirmou o pró- reitor.
O evento contará com o debate sobre a legislação do uso medicinal do princípio ativo, uma vez que as substâncias são extraídas da cannabis, substância proibida no Brasil. “O Brasil, através da Anvisa(Agência Nacional de Vigilância Sanitária), autorizou o uso de um medicamento derivado de canabinoides para o tratamento de esclerose múltipla e, o Ministério Público já entrou com uma ação para que seja autorizado também o uso do medicamento para epilepsia refratária”, conta o pró-reitor. No entanto, o acesso ao medicamento pelos pacientes só é permitido através de uma ação judicial.
O Pró- reitor Geraldo Luz pontua ainda que um dos objetivos do Piauí, dentro da legalidade do uso da cannabis sativa, é reduzir o tempo entre a prescrição e admissão do medicamento, além de universalizar o tratamento e contribuir com uma melhor qualidade de vida dos usuários. A mesa que discutirá a os aspectos legais do uso medicinal de canabinoides no simpósio, será formada por representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública, da Anvisa e da Sesapi. “No evento, também queremos fomentar o debate sobre o que UESPI e UFPI podem contribuir cientificamente e tecnologicamente para o desenvolvimento de medicamentos ou pesquisas clínicas com a Cannabis “, conclui.
Meio Norte